Abençoado seja o narcisismo!

O termo narcisismo caiu na cultura popular como sinônimo de vaidade e por isso foi ganhando um tom negativo. Popularmente chamado de narcisista alguém muito autocentrado, egoísta, que só leva em consideração a si mesmo, seus desejos, interesses e conflitos,  e por ai vai… Isso não está totalmente errado, mas o conceito de Freud, diz mais respeito a quantidade de energia (libido) que investimos em nós mesmos, como se pudéssemos dizer ao mundo: dá um tempo, vou olhar pra mim e me ocupar com isso agora. E isso é absolutamente necessário para nossa saúde mental. Fazer isso nos assegura de estarmos vivos, tornando-nos cada vez mais independentes, é a capacidade de dizer não que nos preserva de situações e experiências, por vezes, degradantes. Ao dizer não para alguém, se diz: eu não sou você. Existem pessoas para quem é impossível dizer não.

E como seria viver sem narcisismo?

Imagine-se apaixonado e não correspondido, diante de seu objeto de paixão, sentindo que pra você ele é tudo e você nada, aceitando as humilhações e  sujeitando-se as migalhas que lhe são oferecidas, a mercê da vontade do outro. Já viram esse “filme”? Essas histórias têm sido mais divulgadas na mídia nos últimos tempos.

O narcisismo protege, impõe limites aos outros e nos mantêm em segurança, isso nasce em nós quando nos percebemos sujeitos e não apenas objetos. Este é um dos objetivos do tratamento analítico, nos fazer crescer como agentes de nossa própria história.

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