por Jucimara Miotto | Psicanálise
O nome histeria vem do grego “hystera” que significa útero. Os antigos atribuíam a histeria unicamente às mulheres, aquelas portadoras de transtornos psicológicos, pois acreditavam que elas estariam sendo assediadas por maus espíritos, por isso eram presas e banidas da comunidade e, muitas vezes, submetidas aos rituais de exorcismo com torturas.
Posteriormente, Freud, em seus estudos, entendeu a Histeria como uma sexualidade reprimida, muitas vezes oriunda na infância. A manifestação histérica pode causar prejuízos físicos, psíquicos e sociais para o indivíduo. Na histeria a instabilidade emocional leva ao pânico causado por medos que muitas vezes não se sabe de onde vem ou o que realmente são, gerando no corpo sintomas como câimbras, paralisias, dor de cabeça, desmaio, amnésia entre outros. Em alguns casos, o seu sintoma tem consequências contrárias como dar um ar de superioridade para o sujeito histérico. Nos dias de hoje a histeria não se resume somente as mulheres, mas também aos homens, podendo ser entendida como uma consequência da vida moderna.
Não existe um único critério que pode ser indicado como um causador da histeria, mas sim várias situações: o dia a dia agitado, o trabalho, relacionamentos, filhos e o mais comentado nos dias de hoje o Corona Vírus e a necessidade do isolamento, gerando, inclusive o home office. As pessoas passaram a conviver consigo mesmas, voltaram-se para seus lares, seus trabalhos foram para dentro de casa e lá já estava a família. Fez-se o silêncio externo e começou o barulho interno. E agora?
É necessário olhar para si, sentir a história de seus antepassados, que passaram por pandemias, guerras e várias privações, mas você está aí, seus filhos estão aí, sua história está sendo contada por você. E a psicanálise permite esse olhar para si, o dono história, ou seja, vista pelo ator principal, você mesmo.