A formação da autoimagem começa com o olhar da mãe. Posteriormente, a criança vai construir uma ideia sobre si, através da interação com seus pais, cuidadores e familiares.

Destas influências e experiências surgirão sentimentos, emoções, opiniões e valores sobre si mesmo, fundamentais para a autoestima. Este é um processo natural que faz parte do desenvolvimento. A valorização que cada um formará sobre si, poderá ser alta ou baixa e vai depender de como foram vivenciadas ou fantasiadas as experiências iniciais.

A construção da autoestima estará sujeita a oscilações diante dos diversos aspectos físicos e emocionais que poderão surgir ao longo da vida. O resultado dependerá da forma de como cada um irá se sentir e reagir diante destes fatores.

Desastres ou acidentes naturais, perdas de familiares e situações que provoquem mudanças podem ser alguns exemplos de condições favoráveis à variação da estima por si

mesmo.

Quando se trata de uma construção positiva, pode haver conhecimento do próprio valor e a capacidade de se reconhecer o valor do outro e criar empatia, podendo favorecer a autoconfiança, a crença em seu potencial, reconhecimento e aceitação das próprias falhas, possibilitando respeito e amor próprio, e ampliando a capacidade de amar e retribuir o amor do outro.

Por outro lado, uma experiência inicial que resultou em uma baixa autoestima, poderá trazer dificuldades no decorrer da vida, nas mais diversas questões ou situações. Oportunidades poderão ser perdidas por não se acreditar nas próprias capacidades e habilidades. Críticas

talvez não sejam bem recebidas e por isso opiniões poderão ser evitadas.

Poderá haver uma insatisfação com a própria imagem e o desenvolvimento de distúrbios físicos e alimentares com a finalidade de conseguir uma aparência que possibilite sentir-se bem. É possível que não se sinta digno de ser amado e por isso necessitará de constantes reafirmações do amor daqueles com quem se relaciona.

De forma inconsciente, a baixa autoestima também pode aparecer disfarçada. Alguém que não suporte a rejeição poderá usar uma armadura de superioridade, para esconder sua fragilidade e seu sentimento de inferioridade. Conhecerá todas as técnicas, terá todas as respostas e os melhores argumentos, em busca de um elogio que permita melhorar a estima por si mesmo. Ainda que seja bem sucedido financeira e profissionalmente, em seu íntimo poderá se sentir uma farsa, porque continuará a duvidar da própria eficiência.

Dor, tristeza, angústia, insatisfação, insegurança podem acompanhar aqueles que possuem ou estejam vivenciando uma baixa autoestima. Em muitas situações, estas emoções e sentimentos talvez não sejam percebidos como provenientes do baixo valor dado a

si mesmo, podendo causar confusão e ansiedade.

Todo esse quadro de sofrimento pode ser modificado com ajuda profissional, por meio de um trabalho de autoconhecimento. O processo analítico traz a possibilidade de modificar as crenças limitantes, permite identificar as próprias qualidades e capacidades, muitas vezes tidas como inexistentes e ressignificar experiências que deixaram marcas negativas, possibilitando um olhar carregado de um novo afeto e com mais apreço sobre si mesmo.