Há momentos em que um minuto de silêncio pode parecer o som da eternidade.
Buscar palavras que traduzam nossas emoções, talvez seria o mesmo que habitar no impossível.
Palavras que de fato possam expressar os sentimentos vivenciados no agora de impacto, faz com que percebamos de maneira tênue, o quanto elas fogem, voam para longe… como a esperança do novo para estes jovens atletas, jornalistas e de todos os que decolaram em busca de seus sonhos.
Atônitos buscamos respostas, sinais ou algo que nos dê uma direção e força para seguir o amanhã.
Queremos entender o que nos cerca e o que nos leva… o que nos rouba o tempo.
No entanto, talvez o que nos caiba, seja o vislumbrar com afeto e o acolher das lágrimas que correm dos que aqui ficaram na espera de uma volta triunfante com gosto de vitória.
Olhemos com respeito a cada um desses homens, mulheres e crianças que inundados de sentimento perderam de maneira inesperada e prematura seus entes queridos.
E que se por acaso, surgir à vontade também de ir se embora, que ela se transforme na Calma e na Paz que todos merecem.
Que todos aqueles nomes sejam pronunciados como sempre foram, com doçura, amor e fé no futuro, mesmo que hoje estejam pincelados de leve com traços de sombra ou tristeza.
Pois a vida que se segue nos pede com clemência que sintamos dentro de nós um coração que bate em ritmo de saudade.

Enfim, acreditem que cada uma dessas almas abatidas tão bruscamente, sobrevive na menor das células de seus familiares e em cada pequeno registro do DNA de seus descendentes.
Sobrevivam as memórias, os sonhos e os desejos de felicidade.
Como a roda da vida que em ciclos se renova e se encerra.
Por fim, citaria em poesia a vida que assim continua:
“Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre.
Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à vida. ”
Fernando Pessoa
Claudia Andriolli
Psicanalista e Psicoembrióloga