COMO FALAR SOBRE SAÚDE MENTAL – Dicas para abordar assuntos complexos

por Elizabete Ruivo | Psicanalista Didata

Dona Nena, 53 anos, do lar, casada com uma pessoa dependente de álcool, dois filhos adultos e independentes, várias crises depressivas decorrentes das situações vividas e desafiadoras, agravadas posteriormente por desequilíbrio hormonal devido à menopausa.

Esta senhora era cuidadosa com sua alimentação, com acompanhamento médico ginecológico anual, mas em relação a sua saúde mental acalentava crença de que não era louca para consultar um médico psiquiatra ou mesmo fazer uma terapia psicanalítica.

Em sua última crise depressiva, sua filha de posse de um maior conhecimento sobre as doenças mentais, com muita ternura, acolhendo seu sofrimento, escutando-a sem julgamentos ou críticas, teve os seguintes diálogos com ela:

Mãe, quando uma criança, brincando, cai e quebra o bracinho, o que é preciso fazer?

Precisa leva-la ao Pronto Socorro, passar pelo ortopedista.

E quando uma pessoa sofre um ataque cardíaco?

Deve ser socorrida e levada com urgência para ser cuidada por um cardiologista.

Por meio deste diálogo calmo, Dona Nena foi conduzida qual uma criança, a entender a realidade e assim transformar sua crença em possibilidade, finalizando:

Mãe e quando a tristeza toma conta da sua alma, o amor pela vida vai se apagando e a senhora percebe isto nos seus pensamentos sombrios, nas lágrimas que embaçam seu olhar, quem poderá te ajudar?

Só Deus!

Será que Deus, que a senhora tanto confia, não atuaria por meio dos médicos psiquiatras e psicanalistas, que se dedicam parte de sua vida para conhecer a alma humana não poderia neste momento, serem o apoio e atender a necessidade de sua alma?

Como seria para a senhora, dar-se a oportunidade, arriscar-se à consultas e assim tratar-se para continuar a busca para sua paz interior e felicidade junto as pessoas que a amam?

Foi neste diálogo amoroso que Dona Nena, apoiada pela filha confrontou a sua crença de que psiquiatras e psicanalistas só atendiam loucos, abrindo-se para a vida plena, não como fantasia, mas sentindo a realidade que pode ser menos sofrida.

Mágicas não existem, porém doses de conhecimentos sobre a problemática mental, a escuta atenta do sofrimento alheio sem julgamentos ou críticas, acolhendo e conduzindo amorosamente o familiar ou amigo necessitado, no caminho da realidade sim.

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