por Juliana Campos | Psicanalista

Nunca a adolescência foi tão discutida como atualmente e por mais que seja um processo natural, pelo qual todos passam para chegar à maturidade, é também um momento temido pelos pais, estes muitas vezes esquecidos de período semelhante em que um vivenciaram os mesmos conflitos e transformações.

A adolescência é uma passagem obrigatória, delicada e, muitas vezes atormentada, no entanto, uma passagem igualmente criativa, que vai do fim da infância ao limiar da maturidade. Conforme Juan-David Násio o adolescente é uma criança que ruma lentamente para a vida adulta.

Nesta fase, o adolescente está crescendo e consequentemente precisa se reabastecer energeticamente, para ter condição de passar por esse processo de forma sadia. As principais transformações ocorrem nos campos biológico, psíquico e sociológico. Assim, pode tornar-se magro demais ou então obeso e, justamente nesse ponto, poderá apresentar problemas, caso não aceite o próprio físico. Além disso, é um período em que o adolescente terá que encarar o vestibular, o início das relações amorosas e o despertar da sexualidade.

Por isso é comum a manifestação de certos transtornos na infância e adolescência. São considerados transtornos alimentares qualquer hábito alimentar que traga algum tipo de dano para a saúde do indivíduo.E na maioria das vezes estão relacionados a uma série de fatores, cujas consequências seriam ansiedade, carência, compensação, chegando até a pressão social para ter um corpo perfeito.

A compulsão alimentar é um dos mais conhecidos transtornos alimentares e é quando o indivíduo ingere, de forma descontrolada, uma grande quantidade de comida em um pequeno espaço de tempo, seguido por momentos de tristeza e arrependimento.

É importante que os pais entendam que na adolescência os filhos podem passar por um período de dependência igual ou até maior de quando eram bebês. Mas, caso haja uma possível adolescência difícil, o mais indicado é sempre buscar a ajuda de profissionais que auxiliarão este adolescente a desenvolver-se sem vivenciar tantos conflitos graves consigo mesmo.