Por Juliana Campos | Psicanalista

As ruas estão mais silenciosas. Os pontos de ônibus, mais vazios. Bares fechados. Ruas desertas. O som agora vem de dentro das casas. Crianças brincando. Adultos conversando. Corações batendo.

O olhar está para dentro, dentro de si mesmo. O que fazer?

Como uma semente que germina em solo árido, vencendo as adversidades do ambiente; o mental tenta resistir em meio ao medo, às incertezas e ultrapassar as barreiras do pessimismo, para surgir otimista e esperançoso. Mas como?

Esqueceu de como viveu por 9 meses antes de chegar aqui? Pois foram justamente 9 meses de isolamento. Isolamento que deu a vida. Porque foi através deste tempo recluso, que cada um pôde crescer, amadurecer, se preparar para viver fora do casulo materno. Foram 9 meses de espera. O barulho abafado que vinha de fora não foi capaz de impedir na preparação de cada um para o grande dia.

Esqueceu de buscar a força que vem de dentro. De cada célula, carregada de história de vencedores. Pois como que cada um acha que chegou até aqui???? Chegou porque seus antepassados conseguiram justamente vencer doenças, guerras, fome, sede.

Esqueceu que para nascer foi preciso de coragem para passar pelo caminho da maior das incertezas: como seria lá fora? Mas não havia tempo para pensar. Foi preciso agir e o impulso de querer viver foi maior do que tudo. E o grito de ter conseguido ecoou para que todos ouvissem.

Eis a força que cada um carrega. Todos carregam. Basta apenas acessá-la. E como? Fazendo escolhas de qual “alimento” você coloca para dentro da sua mente. O medo existe e ele faz parte do item de sobrevivência de qualquer pessoa. Mas fazê-lo de alimento para esses momentos, pode fazer você se sentir mais fraco. Pense nisso. Alimente sua mente com alegria, otimismo, esperança, união. A espera se faz necessária. Se fortaleça. Você conseguiu lá atrás, por 9 meses. Conseguirá agora!