Novos tempos e a qualidade de vida

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por Josué Santos | Psicanalista

O crescente avanço da tecnologia e o aumento da automação no cotidiano das pessoas tem sido responsável por muitas das mudanças estabelecidas na atualidade. A análise sobre os impactos que as novas ferramentas trazem à sociedade é uma tarefa complexa e minuciosa.

É inegável que todo esse avanço e o aumento do uso de novas ferramentas tecnológicas traz cada vez mais conforto e segurança para as pessoas, no entanto, é preciso atentar também para os impactos nocivos que essas ferramentas estão causando na saúde física e mental do indivíduo.

Dentre as mudanças acarretadas com todo esse avanço tecnológico, há que se atentar para a questão do trabalho. Um novo ambiente de trabalho surgiu com a modalidade remota das atividades laborais.

Esse novo formato é, de certa forma, um componente conveniente para a empresa e para o trabalhador, gerando lucros , economias e facilidades para ambas as partes, porém observa-se um aumento do surgimento de patologias psíquicas , como por exemplo, a síndrome de Burnout, classificada pela OMS ( Organização Mundial da Saúde) em 2022, como uma doença ocupacional causada pelo esgotamento profissional .

Essa doença, além de afetar a saúde física e mental do indivíduo, afeta também a produtividade nas empresas, devido ao aumento de profissionais afastados por doença.

Outro impacto importante é observado no ambiente doméstico e no dia a dia das pessoas. Atualmente, o aumento exponencial das informações geradas pela disseminação dos dispositivos conectados em rede global de comunicação e a velocidade com que essas informações são acessadas, empurram os indivíduos para um universo de alienação completa, deixando-os completamente desconectados do mundo real ao seu entorno.

Apesar de todos os benefícios do aumento da conexão entre as pessoas, não é a compreensão que se estabelece, mas uma celeuma de novidades e informações que geram apatia, indiferença e desinteresse por tudo.

Diante do exposto, é de suma importância que os gestores das empresas, os conselhos de classes profissionais e o indivíduo explorem o que há de positivo nas novas ferramentas tecnológicas, com equilíbrio e bom senso, não deixando de lado a preocupação com o bem-estar e com a qualidade de vida, por meio de atividades esportivas, leituras e a conservação dos laços humanos.

Ademais, vale ressaltar, que uma boa qualidade de vida não está associada diretamente a lógica digital, já que só há sentido em falar de avanço tecnológico, se o mesmo estiver a serviço e preocupado com as necessidades de natureza física e mental do homem.

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