Quem foi Melanie Klein?
Nascida em 30 de março de 1882, Melanie Klein era austríaca filha de um médico, carreira que almejou por um tempo, porém casou-se e não chegou a cursar medicina.
Em 1910, seu esposo consegue um emprego em Budapeste, eles se mudam e lá Klein inicia sua análise pessoal com Sándor Ferenczi.
Ela e seu marido Arthur tiveram três filhos: Melitta, Hans e Erich.
Curiosidades
- Seu nome de nascimento era Melanie Raizes. O sobrenome Klein era de seu esposo, Arthur Stevan Klein.
- O sonho de ser médica nunca foi alcançado por Klein, em contrapartida, sua filha Melitta tornou-se psiquiatra e psicanalista.
- Seu segundo filho, Hans, faleceu em 1934, com apenas 27 anos.
- Naquela época era comum os psicanalistas analisarem seus próprios filhos e parentes próximos. Desse modo, Klein analisou seu filho Erich, assim como Freud e Jung também analisaram suas filhas.
Seu olhar para a infância
A psicanálise com crianças estava ainda em seu início e seu manejo ainda não estava muito bem definido: ou se daria numa cópia da análise para adultos, com divã e associação livre (impossível de se realizar com crianças pequenas), ou seria voltada para uma visão educacional e pedagógica.
Estudando a teoria de Freud e observando seus filhos, Klein percebeu que a criança expõe seu mundo interno através do brincar. Quando manipulam os brinquedos e praticam sua imaginação estão expressando, de maneira simbólica, seus conflitos inconscientes.
Na década de 1920, Klein inicia a análise com crianças, trazendo à luz vários aspectos do desenvolvimento primitivo da psique humana.
Grandes contribuições à psicanálise
Essa abordagem, utilizando-se do brincar, apontou um caminho para o inconsciente da criança. As observações de Klein confirmaram muitos aspectos das teorias de Freud, contudo Klein também trouxe conteúdos completamente originais e não esperados pelos psicanalistas mais tradicionais da época, como por exemplo:
- Fantasias inconscientes, ansiedades e o complexo de Édipo antes dos três anos de idade.
- O superego teria sua formação mais cedo do que era entendido na teoria clássica da época.
Klein era uma mulher extremamente criativa e a frente em seus pensamentos. Suas ideias geniais não agradavam a todos os psicanalistas. Ela trouxe ideias únicas que enriqueceram a teoria psicanalítica, mas ao mesmo tempo entrou em conflito com Anna Freud e quem mais fosse adepto a uma psicanálise ortodoxa para aquele tempo.
Suas principais contribuições teóricas para a psicanálise dividem-se em:
- Quando estabeleceu os fundamentos da análise de crianças e trouxe a ideia do complexo de Édipo e Superego terem origem mais primitiva do que a estabelecida por Freud;
- Formulação dos conceitos de posição esquizo-paranóide e depressiva.
Muito criticada por um grupo de psicanalistas, muito admirada por outros, Melanie Klein construiu uma forte teoria que, decerto, complementa grandemente a obra de Freud. A partir de suas ideias, muitos psicanalistas encontraram e encontram até hoje meios para suas práticas clínicas.
Aos 74 anos de idade escreveu seu último livro: “Inveja e gratidão”, muito marcante em seus conceitos e mais uma vez de grande contribuição para o entendimento da psique humana. Faleceu em 1960, em Londres, deixando seu legado valioso para a psicanálise e para o mundo.
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