TDAH: Transtorno Psíquico ou desvio no Manejo na Educação ?
porPor Maria Therezinha Taffo Thomazin | Psicanalista e Psicoembrióloga
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é um conceito ligado ao campo neurobiológico e envolve desatenção, impulsividade, Hiperatividade. Atinge 3% a 5 % da população infantil mundial, com prevalência em crianças do sexo masculino.
Sua causa ainda não está bem definida, e nela entra em jogo vários fatores suspeitos de risco, tais como, os biológicos e os ambientais. Como fatores biológicos podemos citar a gravidez concomitante ao uso de fumo, álcool ,drogas e doenças; tipo de parto- natural, mecânico como o fórceps ou cirúrgico no caso cesariana.
Já os fatores ambientais podem envolver discórdia em família, problemas de relacionamento parental desde a mais tenra idade até a adolescência. É sabido que o recém nascido necessita de ambiente acolhedor e cuidados básicos da mãe ou da pessoa que exerce a função materna, assim como um ambiente equilibrado, sem conflitos.
A falta desses cuidados essenciais faz com que a criança fique ansiosa e passe a desenvolver mecanismos de escape para um mundo à parte, fantasiado e construído por ela. Esse processo começa na infância, mas pode persistir na idade adulta, contribuindo para a baixa auto-estima, criando dificuldade na escola e no meio social.
Essa criança Torna-se aluno que engrossa a fila daquelas que tem como características desatenção para tarefas mais longas, não conseguem manter um foco de atenção, agitação, pernas inquietas, são as conhecidas como as que parecem ter “ Bichos pelo corpo inteiro” ou popularmente chamadas de crianças que tem “ Bicho Carpinteiro” no corpo.
Na maioria das vezes essa criança, por se distanciar da média da classe tanto em rendimento quanto em atitudes é ROTULADA de deficiente , portadora de TDAH. Vale lembrar que somente o medico especializado, no caso Psiquiatra poderá fechar o diagnóstico de TDAH e se preciso for, prescrever o que se fizer necessário .
Esse é um Transtorno de suma importância e muito confundido com o fator educacional.
Crianças oriundas de um meio sem regras e sem limites, onde tudo e permitido e relevado, tendem a apresentar atitudes anti sociais e serem confundidas, talvez por modismo ou desconhecimento, como portadoras de TDAH.
Importante lembrar aos Pais, professores e todos os que têm função materna, o estabelecimento de regras, limites e de organização como geradores de equilíbrio e bem estar na vida da criança, futuro cidadão da sociedade.
Crianças soltas ,ao Leo, cujos pais não colocam limites são muitas vezes taxadas como portadoras de Déficit de Atenção e hiperatividade, quando na verdade são crianças saudáveis, mas que por tudo PODEREM e TEREM, afim de não “ SOFREREM” , fazem parte da chamada geração “ BALIFRU “ ou seja Baixo limiar de frustração.
Crianças que não passaram por frustrações nem tiveram limites são facilmente rotuladas, como portadora de TDAH quando na verdade o que está em jogo é a falta de Limites bem definidos, de Educação sistêmica que deverá começar no ventre materno e se estender por toda a vida.