Jung, um homem contemporâneo
porPor Elizabete Ruivo | Psicanalista
“Há coisas que ainda não são verdadeiras, que talvez não tenham direito de ser verdadeiras, mas que o poderão ser um dia.”
É com esta voz silenciosa de Carl Gustav Jung que Nise da Silveira, médica psiquiatra e uma das responsáveis pela introdução da teoria junguiana no Brasil, inicia o último capítulo de seu livro “Jung, Vida e Obra”.
Nascido a 26 de julho de 1875, na Suíça, portanto há 144 anos, Jung fez todos seus estudos, inclusive o curso médico na cidade de Basileia, um dos mais importantes centros culturais da Europa na época.
Formou-se em medicina aos 25 anos, deixando Basileia para trabalhar no Hospital Burgholzli, onde desenvolveu uma carreira brilhante, sendo, neste mesmo período nomeado professor e iniciando cursos famosos na Universidade de Zurique.
Assim como Freud, foi consagrado como sendo um dos grandes humanistas do século XX. Foi um médico psiquiatra e psicoterapeuta, estruturador da Psicologia Analítica e o primeiro a presidir a Sociedade Internacional de Psicanálise (IPA), colaborador de Freud no período de 1907 a 1912, sendo até nossos dias, a base e a referência para reflexão e evolução de sua teoria, ainda que comparada e contestada, abrindo espaço para sua compreensão e aprimoramento.
Desde 1909 a 06 de junho de 1961, residiu na mesma casa, onde tranquilamente veio a falecer. Sendo reverenciado até nossos dias com gratidão pela dedicação, determinação e coragem, captando do mundo externo pelos seus sentidos e do mundo interno pela sua introspecção. As experiências analisadas e teorizadas nos servem até o momento como guias no caminho da nossa própria completude.