por Jucimara Miotto | Psicanalista
A síndrome de Burnout, vem do inglês burn out que significa queimar por completo. Essa denominação foi dada pelo psicanalista Herbert J. Freudenberge, em 1970 que também sofreu dessa síndrome.
O que é Burnout? É uma doença ligada à depressão e relacionada com o trabalho. Ela traz uma sensação de que não se aguenta mais fazer nada, além de muito cansaço e aversão ao trabalho. Vários são os processos que podem desenvolver esta síndrome, alguns deles ligados ao desejo de ser o melhor, demonstrar alto grau de engajamento e comprometimento, trabalhar várias horas e consequentemente a busca do reconhecimento dos superiores.
E se esse reconhecimento não acontece? Com uma insatisfação constante a pessoa percebe que a compulsão pelo sucesso está ligada na obsessão de conseguir algo, sem medir esforços físicos. E com o tempo começa a sentir cansaço, exaustão e o descontentamento no que se faz. E nada muda!
Apesar de Burnout refletir o modo que as organizações conduzem o dia a dia junto aos seus funcionários e vice versa, o que está no inconsciente do indivíduo também auxilia nesse processo. A necessidade de reconhecimento e merecimento contribuem para isso e remete à lembrança daquele brinquedo que o pai, na infância, negou; o elogio ao irmão, o olhar da professora para o colega; a mãe que deu mais atenção ao irmão. Enfim processos do passado retornam de outra maneira.
Freud em seu livro “Psicopatologia da vida cotidiana” classificou as doenças psíquicas em três itens: Neurose, Pré-Psicose e Psicose e com essa divisão, ele pôde inserir as doenças nestas classificações. E nelas estão as síndromes, que são o conjunto de sinais e sintomas e com uma origem em algum lugar da infância.
Olhar para si e compreender que se faz parte de um ambiente seja ele corporativo ou não, ajuda a entender quem você é. A Psicanálise auxilia o indivíduo nessa compreensão, sendo o olhar para si mesmo o mais importante nesse processo. O auto reconhecimento que proporciona o verdadeiro atributo da pessoa.