Questionar é viver
por Arnaldo Rodrigues | Psicanalista
No mundo atual tem bilhões de Bites de informações, que estão a um clique da maior parte das pessoas. Diversos são os meios para acessá-los e a cada dia mais de três bilhões de buscas são feitas no motor de pesquisa do Google. Nunca na história o homem obteve as respostas nesse nível de rapidez para os mais diversos questionamentos. Contrariamente a expectativa que a solução tecnológica possa oferecer, as respostas não têm aproximado o ser humano da verdade, tampouco, da cobiçada felicidade. Esse movimento incessante por respostas limita o sapiens da atualidade a pensar e agir de modo pré-determinado, pois por maior que seja a variabilidade de alternativas que a “nuvem” de dados tenha, ainda assim, é limitada quando comparada à complexidade e sofisticação do aparelho psíquico.
Respostas são importantes, mas elas são o fim daquilo que se busca. Os questionamentos por outro lado são as centelhas que acendem o espírito humano desde o início dos tempos. Quando se observa crianças, nota-se que são cheias de vida, curiosidade, pois ainda têm muitos porquês. Aquilo que sua criança procura não está ao alcance de seus dedos.
A psicanálise, desde sua concepção, cultivou o questionamento que desperta a criança interior de cada um, auxiliando o indivíduo a ressignificar aquilo que se determinou como a resposta para um acontecimento em sua vida. Fomentar o questionamento e a reflexão são atributos próprios dessa técnica terapêutica, à qual se entende que dessa forma se mantém viva a chama do conhecimento que liberta. E este conhecimento não está em nenhuma base de dados externa e artificial, mas sim, dentro de você!