Semana que vem eu começo

por Marilia de Farias | Psicanalista

“Semana que vem eu começo” 

Semana que vem começo a academia.

Semana que vem início a dieta… deixo de fumar… planejo as férias.

Semana que vem começo a terapia… esta angústia que não me larga…

Semana que vem… próximo mês… próximo ano! Assim que der eu vou/faço/cuido/mudo!

É assim com você também? Já se viu postergando seu bem-estar, sua saúde física e mental, sua prosperidade, sua felicidade? Às vezes até culpando os outros e, sem perceber, colocando sua vida nas mãos deles?

O começo do ano traz esperanças, planos são feitos – é um período emocionalmente propício para a promessa de ir adiante em tantas coisas importantes, muitas vezes antigas, já planejadas várias vezes e abandonadas ano a ano. A boa notícia é a de que todo dia pode-se iniciar um novo ciclo, basta querer! Não é necessário aguardar um novo ano para agir na direção do sentir-se satisfeito com a própria vida, mais confiante consigo mesmo.

O mundo interno de cada um de nós é imenso. Apesar de ser “nosso mundo” não o dominamos. Mesmo querendo conscientemente agir, muitas vezes não saímos do lugar. A psique é misteriosa, da sua capacidade consciente temos acesso a apenas 5%, os restantes 95% fazem parte do inconsciente que, sem sabermos, influencia nossas decisões, escolhas, impacta nas emoções, sentimentos e, consequentemente, na nossa capacidade de agir e fazer acontecer o que nos propomos, nossos planos.

Conhecer-se, investir em si próprio é um passo fundamental para gradualmente alterarmos nossa realidade em direção à pessoa e à vida que queremos ser e ter. É uma decisão absolutamente individual. Como disse Freud em uma de suas tantas reflexões e estudos: “A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é valido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.”

Entendo que “procurar, por si, tornar-se feliz” reflete a grande responsabilidade que cada um tem em assumir as rédeas de sua própria vida e, sendo assim, liderar sua busca para entender o que acontece dentro de si mesmo que impede seguir adiante nos planos traçados, melhorar escolhas, transformar a vida para melhor. Aprofundar o autoconhecimento, entender o que se passa dentro de si em determinadas situações, identificar o que trava e o que libera, os medos escondidos, as autocobranças, enfim, conhecer-se para, por si próprio, tornar-se feliz”.

O amor por si próprio move o mundo! Sem ele não podemos dar de fato amor, não é possível dar o que não se tem!

Olhar para dentro, investir neste autoamor que só é possível quando sabemos quem somos, o que nos faz – cada um – ser exclusivo e genuíno, é abrir portas para novas possibilidades de agir de fato em prol de si.

Convido você a refletir:

O quanto você tem investido em você mesmo? O quanto e por quanto tempo tem deixado para lá seus desconfortos emocionais? Os sentimentos dolorosos, os medos sobre os quais não consegue dar conta sozinho? O quanto tem alimentado a preguiça de olhar para si e tratar suas dores psíquicas, as dificuldades desafiantes que por mais que se esforce, não consegue vencer?

Vale a reflexão do investimento – ele é concreto, objetivo. Dá para ter a medida – a sua medida – do quanto você valoriza você mesmo e, consequentemente, está comprometido na busca pela sua felicidade.

Mais uma vez, como disse Freud:

“Ser inteiramente honesto consigo mesmo é um bom exercício”

Aprofunde seus conhecimentos

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