Um vazio que parece não ter fim

por Regiane Mazzola | Psicanalista

Quem ainda não sentiu um vazio dentro de si, que parece não se preencher com nada e nem com ninguém?

Um vazio que parece não ter nome, não ter sentido, não ter um tamanho definido, mas que existe, grita e dói.

Um vazio que na realidade poderia não existir, afinal muito se tem, mas existe, e faz parecer pequeno e desnecessário tudo o que está ao redor. A simples ação de falar sobre ele, pode gerar dúvidas e culpas enormes.

Por que então olhar para o que falta e não para o que se tem? Viver em uma busca eterna, de algo que não se sabe o que é e por isso não acaba nunca?
Por que não dar valor para o que realmente importa, para o que faz a diferença, sabendo que não existem receitas prontas que contemplem a todos, mas que o mais valioso é o que está dentro e não fora?

Dentro de si, nas lembranças do passado que compõem a história de vida de cada um, nas esperanças para o futuro, mas que devem estar presentes no agora, na construção, em ações realizadas e não apenas em recordações ou esperanças.

O olhar para dentro exige coragem e muita dedicação, mas traz descobertas de uma beleza infinita e que podem, talvez não preencher por completo o vazio, mas criar uma borda segura, para se caminhar mais próximo dele, encontrar novas possibilidades de olhar e preenchê-lo dia a dia, com as sutilezas que o caminho de cada um apresenta.

Este vazio pode ser o seu maior aliado, ajudando-o a perceber que os desafios podem existir e que há muita força dentro de cada um impulsionando novas conquistas e experiências, que mesmo pequenas, trazem um colorido especial para a vida.

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